Barreira invisível
Sigo-te com o olhar, enquanto finges não notar. Fixo-te. Quero que saibas que te desejo. Embaraço-te. Preferes desejar-me à distância, ocultando o que o teu corpo responde a cada olhar meu. Embaraça-te não controlares esse desejo e mesmo assim insistires em ter de o fazer. Embaraça-te que a vontade te invada cada milímetro de pele, perante a visão de um dia te deixares ser possuída e possuíres. Sonhas sem sentido sem contudo ousar pensar no que pode tornar-se real. Escondes-te atrás de um sorriso tímido que grita por paixão.
Sinto que me queres. Quero que o digas. Diz. Diz-me o que queres de mim. Sem vergonhas ou embaraços. Diz que me queres. Diz. Desafio-te. Diz-me o que farias se te beijasse. Não, não digas. O teu corpo já me respondeu. Eu digo... Um dia vou possuir-te, sem fazer de ti minha que isso não existe. Vou saciar a gula. Vou lambuzar-me atravessando a barreira dos sonhos. Vou despertar com a memória de um gemido libertador.
Sim, às vezes tenho uma vontade violenta de te comer. De te comer às colheres, besuntada de mim, sem guardanapos nem instruções. Às vezes tenho vontade de te lamber os lábios carnudos, de te chupar até ao caroço.
Por isso te digo...dá-lhe o devido valor e nada mais que isso. Porque quando acabar espero que saibas que é para sempre. E não é assim que devia ser sempre?