segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Invasão de privacidade

Sentir-me em casa de outra pessoa como se estivesse na minha própria casa faz de mim apenas um cúmplice dessa pessoa ou simplesmente um penetra indesejado que invade a sua privacidade?!

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Hoje acordei a sentir-me assim...

Acordei, olhei-me ao espelho e foi como se me tivesse tornado Muhammad El Khalej Roq...devo ter 17 filhos, ser taxista, nascido em Marraquexe, sou do Zamalek F.C., não passo sem uma boa execução pública e festejo com rajadas da minha Kalashnikov como se não houvesse amanhã!
Sejam solidários, ajudem-me nesta hora difícil...

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

O nome

Diz-me o teu nome.
Agora que perdi quase tudo, um nome pode ser o princípio de alguma coisa. Escreve-o na minha mão com os teus dedos (como as poeiras irriquietas que se escrevem nos caminhos e como os lobos mancham o lençol de neve com os sinais da sua fome).
Sopra esse nome desconcertante no meu ouvido, como se levasses as palavras de um livro para dentro de outro (assim conquista o vento o interior das grutas e entra o bafo do Verão na casa arrefecida).E antes de partires, pousa-o nos meus lábios devagar...é um poema açúcarado que se derrete na boca e permanece como o primeiro chocolate da infância.
Ninguém esquece um corpo que teve nos braços um segundo...um nome sim.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

A questão das SMS's

É de mim ou há SMS que nos deixam desapontados porque a pessoa que as recebe quando as lê não o faz do mesmo modo que nós a enviamos e perde-se o seu sentido?
Ou vão me dizer que isso nunca vos aconteceu e só eu é sou a ovelha negra?!?!

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Saudades do futuro

Tantos anos se passaram e ainda consigo ouvir a tua voz.
Não me esqueço. De ti. De te despentear, de me levares a passear de mão dada e me levantares quando tropeçava em obstáculos que me pareciam intransponíveis. De me comprares o jornal quando ia ter contigo apenas porque sabias que era importante para mim lê-lo. De me perguntares se estava tudo bem comigo.
Partiste cedo como quem tem pavor de chegar tarde a um encontro, odiei-te por não te teres despedido de mim como sempre fazias. Não te perdoo teres-me trocado pelo teu parceiro inseparável que te acompanhou até ao fim, até o fumo assentar de vez. Maldito seja ele por não me ter deixado reconhecer-te da última vez. Maldito sejas tu por não me teres dado mais tempo ou ensinado a aproveitar melhor o tempo que restava.
Espera! Que digo?! Desabafos... Prefiro muito mais um forte “Obrigado". Por rires comigo e me puxares para ti quando tinhas saudades de mim. Por fazeres questão de me ofereceres guloseimas que teimavas que eu gostava e eu engolia com esforço mas também com o maior dos prazeres como se fosse um petisco delicioso porque te queria dar a felicidade que tanto me querias dar. Por acreditares em mim, por estares presente quando realmente importava e me mostrares como é fácil e bom gostar das pessoas e mostrar-lhes isso mesmo. Aprendi isso contigo. Porque as melhores coisas da vida são as mais simples. Como tu eras, velho amigo de sempre. Quando te reencontrar quero-te ver de guloseimas na mão!

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Afinal eles existem...

Barba cerrada da bochecha à maçã de Adão, prolongando-se de maneira selvagem e incontrolável pelas homoplatas até atingir o climax ao encontrar os nós dos dedos. Um relance numa discoteca deste olhar de carneiro mal morto é meio caminho andado para uma noite de real prazer para qualquer muchacha que se preze. Filho de pai chupa-cabra e mãe artista de circo (a famosa Constantina Barba Azul), consta que Ivanov em meados dos anos 80 fez o casting para o "Roque Santeiro" antes de ficar famoso por aterrorizar os relvados no Mundo inteiro.

Pois bem, aqui está o argumento para aqueles que defendem os jogos realizados à tarde. Se durante o dia ele já é assim, em que será que se transforma numa noite de lua cheia?

domingo, fevereiro 05, 2006

Murmúrios de uma noite

Hoje vi-te e esqueci-me de respirar o tempo todo...

sábado, fevereiro 04, 2006

Ser português

É ter o colete reflector no banco da frente...regatear preços com os ciganos...um passeio dominical de fato de treino da "Reetruck" e ténis "Náik" no centro comercial mais cheio que se encontre...dizer mal de tudo e de todos...achar os políticos incompetentes e ladrões mas não votar...ter o peito repleto de pêlos e as costas bem preenchidas...ir ao café ver a bola com a malta amiga...passar a vida a comer couratos, torresmos, caracóis e tremoços...deixar crescer a unhaca e usar um cachucho no dedo mindinho...ter uma bela bigodaça...ir à terra no fim de semana...ter familiares emigrados em França, no Luxemburgo ou no Canadá...ser taxista e do Benfica...ir a casamentos de 3 em 3 semanas e trazer no tupperware os restos para almoçar no dia seguinte...achar o máximo de cultura literária o Record, a Maria, o 24 Horas ou no máximo dos máximos Margarida Rebelo Pinto...usar meias das raquetes com calças escuras e ter orgulho nisso...colocarem a toalha de praia a 5cm da nossa numa praia absolutamente deserta...dar um enxerto de porrada aos putos para se calarem...ter fotos da família na carteira...conduzir que nem um Fittipaldi em qualquer estrada nacional ou de cabras...cuspir no chão...coçar a micose imediatamente antes de comer...sacar do belo do palito no restaurante e ficar a brincar com ele na boca até chegar a casa...ter usado uma “Termotebe” em pequeno...fazer parte dum agrupamento musical que toque em casamentos e baptizados...ter um afilhado gordo porque é interessante economicamente para os pais do puto gordo...é no dia a seguir a eleições legislativas discutir sobre o Olhanense-Feirense ou sobre a saída de Lili Caneças na Quinta das Celebridades...

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Longa se torna a espera

Partilharam o mesmo ventre, o mesmo quarto, as mesmas ambições e mesmo assim nunca se encontraram...por muito que quisessem esconder-se um do outro os traços familiares denunciavam-nos e mantinham-nos juntos no meio da separação imposta pelo silêncio e incompreensão. Anos mais tarde, ao afastarem-se juntaram-se como apenas as pessoas cujo sangue que lhes corre nas veias é o mesmo. Abraçaram-se e os olhos falaram uma linguagem própria que é só a deles. Algo tinha mudado e com isso veio a felicidade de se encontrarem como nunca tinha acontecido até ali. Partilharam causas, amores e ideias sem nunca se atropelarem como dantes. Hoje tentam repôr o tempo perdido e fazem-se entender por sinais incompreensíveis por todos menos por eles.

Acho que estamos a fazer um bom trabalho, e tu?

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

A surpresa

“Que aconteceu? Estás com má cara hoje...” disse ela quando chegou a casa. E eu sorri pela primeira vez nesse dia. Como é bom ser surpreendido ao fim de tantos anos pela maneira como as pessoas nos conhecem.
Mãe é mãe.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Há vedetas que não se esquecem


Ia eu a passear no meu bólide e ao ver um tipo entrar em sentido proibido ao pé da minha casa lembrei-me do homem que proporcionou que eu hoje seja um autêntico Fittipaldi...
Pretos só mortos e drogados queimados que nós queremos é fazer a ronda às miúdas do 10º ano! Este homem era o cúmulo da sensatez, da tolerância e praticava o bem qual Robin dos Bosques dos pobres e Martin Luther King dos oprimidos!
Rápido no gatilho a engatar mudança, soberbo no jogo de perna, voz de comando rouca, barba cerrada, pêlos no peito e crostas cheias pus na cara. Cheiro a cerveja, mãos calejadas, olhar felino e atento, punhos cerrados, sorrisos irónicos e poses desafiantes à autoridade. Couratos no bolso direito, torresmos no esquerdo, bigode tingido a amarelo torrado do Português Suave, unhaca bem limada, comando intransigente do habitáculo. Força nos biceps, força nas canetas, pé no acelerador que domingo é dia de bola e o Dinis quer ver o Benfas!
Graças a ele sou um apologista da prevenção rodoviária, tendo para isso um espantoso registo de um pombo estropiado em plena Av. Almirante Reis, um rebanho de ovelhas na escuridão alentejana, um pára-choques de BMW e ainda sou responsável pela extinção do mosquito da Ayamonte, da melga do Cadaval e da traça de Á dos Cunhados.
Um grande bem-haja a esse guerrilheiro do asfalto que é o "shôr Dinis"!!!