sábado, julho 28, 2007
segunda-feira, julho 23, 2007
Indefinições
E tudo isto porque estás presa a um homem que não sou eu. No bem e no mal que te fez. Tens medo que te faça o mesmo, de passares pelas mesmas recordações outra vez.
Se é que é preciso, aqui digo que não existe a vergonha de assumir a escolha que se fez. E se reajo de modo incrédulo para mim e enigmático para ti é porque quando se gosta realmente de alguém se sentem as suas ofensas como sendo as nossas.
Tens o direito de pegares nos fantasmas que habitam o teu baú e guiares-te por eles, só tu tens o poder de abrir ou fechar a porta. Mas não me leves nessa viagem por arrasto. Eu sou eu e mais ninguém, não sou o espelho de ninguém nem posso pagar pelos erros de outros. Só quero viver a minha vida, de preferência contigo a fazer parte dela.
PS: este é um texto ficcionado inspirado nas mulheres vítimas de violência de algum tipo em relações sentimentais
sábado, julho 21, 2007
quarta-feira, julho 18, 2007
segunda-feira, julho 16, 2007
domingo, julho 15, 2007
Inevitabilidades
sábado, julho 14, 2007
sexta-feira, julho 13, 2007
Sonho de uma tarde de Verão

É o Verão que nos espera.
quinta-feira, julho 12, 2007
Desconfiemos dos eloquentes

O dom da palavra tem muito que se lhe diga. E pouco que se lhe desconte.
São aflitivas as pessoas que falam bem em público e que conseguem fazê-lo minutos a fio sem um tropeção, sem um silêncio, sem um sintoma de hesitação. Pessoalmente, desconfio dos eloquentes. De onde lhes vem o dom? E para que lhes serve, senão para rebaixar os demais com a sua destreza tão vazia de humanidade? Se não há linguagem fora do pensamento, pensarão eles como falam, sempre a direito?
O problema da eloquência é que exige ser pago na mesma moeda, tal qual um lisonjeador. Um lisonjeador o mais que quer é ser lisonjeado e um eloquente o que mais quer é um público tecnicamente apto para lhe proporcionar a próxima deixa. E embalado lá vai ele outra vez! Se já privaram com pessoas eloquentes conhecem bem quanto custa suportar a baixeza dos seus truques. É da maior conveniência desmascará-los.
Um eloquente é sempre um vaidoso apaixonado por si próprio. Eles não falam para nós (é preciso ter isso em consideração), eles falam porque gostam de se ouvir. E, ouvindo-se, julgam que a sua satisfação é a nossa (nada mais falso). Um eloquente parte sempre do princípio errado de que o seu auditório é menos qualificado do que ele. E esta é a razão pela qual não se calam e não dão conta do ar enfadonho que provocam com os seus insuportáveis “não obstantes” e “na realidade” e com os seus sorrisinhos de auto-satisfação sempre que terminam, sem se engasgar, uma frase de construção mais custosa.
A eloquência é, regra geral, uma coisa muito maçadora. Há pessoas que sendo sucintas têm o dom da palavra, mas têm ainda um bom-senso maior. E isto sim, é um atributo.
quarta-feira, julho 11, 2007
terça-feira, julho 10, 2007
quinta-feira, julho 05, 2007
quarta-feira, julho 04, 2007
Ciúme, doença dos inseguros

Julgo que o ciúme está relacionado com o medo de não ser amado, o medo de ser esquecido como o vagabundo pelo qual passamos na rua. Este medo gera muitas vezes uma atitude infantil e possessiva que se manifesta de formas mais ou menos subtis, mais ou menos violentas.
A experiência de ser amado, de se ser acolhido, a capacidade de se deixar amar naquilo que somos realmente é a única cura possível que nos liberta do medo angustiante e egoísta de ficarmos sós.
A partir do primeiro desgosto o habitual é levantar os punhos e cerrar os dentes a quem vai aparecendo, abotoa-se o coração até ao pescoço e por cada desilusão é mais difícil dar-nos por inteiro aos outros com medo de que o que virá a seguir nos faça mal como dantes fez. É nessa dúvida que busco a vontade de me superar e recomeçar tudo de novo, sem amarras nem receios que me paralisem as decisões que têm de ser tomadas.
terça-feira, julho 03, 2007
segunda-feira, julho 02, 2007
domingo, julho 01, 2007
Amigos de quem
Lá voltaste a puxar para ti o lençol
Como que a privar meus sonhos do último raio de sol
Amigos são sobras do tempo
Que enrolam seu tempo à espera de ver
O que não existe acontecer
Mas teimas em riscar o fim do meu chão
Nunca medes a distância
Dos passos à razão
Meus votos são claros na forma
Desejo-te o mesmo que guardo para mim
E o que não existe não tem fim
É só dizer e volto a mergulhar
Voltar a ler não é morrer, é procurar
Não vai doer mais do que andar assim a fugir
Deixa-te entrar para tentar ou destruir
Mas quem te ouviu falar
Pensou tudo vai bem
Só que alguém vestiu a pele
Que nunca serve a ninguém
E a dúvida está do meu lado
Mas eu não consigo olhá-la e achar
Ser esse o lado em que ela deve estar
Erguemos um grande castelo
Mas não nos lembramos bem para quê
E é essa a verdade que se vê