domingo, setembro 09, 2007

Arde sem se ver


É uma fotografia banal, quase como se fosse dessas que saem das máquinas em três minutos. De vez em quando uma travagem brusca acorda-me a meio da noite e eu tiro a fotografia da minha carteira para olhar para ela antes de adormecer. Mas torna-se inútil. Nenhum dos seus traços transborda para um dos meus sonhos, o seu sorriso numa fotografia de 3 minutos tem algo de diferente. Apenas o fumo do teu cigarro se insinua lentamente no meu sono pesado, persistente.
O calor do corpo dela trazia o cheiro do teu tabaco, era esse odor ácido que me despertava. Mas deixa-a acreditar nas carícias dela, é a única coisa que lhe resta. Agora posso escrever-te porque escrevo para mim, máscara das minhas máscaras.

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