Cromos da bola - parte I

Guarda-redes
- Best (barreiras bem orientadas, bigode cuidadosamente penteado, voos bem calculados a desafiar a lei da gravidade...tudo isto era Best)
- Ewerthon (fã de Chuck Norris, felino entre os postes, ao bom estilo de um ranger do Funchal)
Defesas
- Paredão (central de trato fino de rótulas e tornozelos adversários, perdia a sua eficácia a partir do momento que tinha o esférico em seu poder dadas as suas limitações técnicas)
- Baltemar Brito (distinguia-se pela sua bigodaça à Kananga do Japão)
- Piguita (denominado de xerife na área de rigor)
- Alfaia (dele se disse ser o “assassino de Leça da Palmeira”, palavras que encheriam de orgulho qualquer um...mas Alfaia continuou a porfiar e a coleccionar rótulas e tendões de Aquiles)
- Isaías (o Lionel Ritchie dos relvados)
- Dinis (com ar rústico, era um tipo meigo e gentil, rezam as crónicas dos mais afoitos que uma vez conseguiu arrumar cinco Fiat 600 em apenas um lugar de estacionamento)
- Ben-Hur (herói mítico, a canela nunca descura, nela trabalhando com doce candura)
- Lula (um senhor do corte em carrinho, fez escola em Famalicão com seu bigode típico de emigrante no Luxemburgo )
- Paixão (trabalhava nas salinas e jogava ao fim de semana)
- Taoufik (rapazola de boas famílias, ex-candidato a Marajá da Tunísia)
- Nelo (o homem das bolas paradas e do rei Artur Jorge, quando sacava do pente e se penteava tornava-se letal)
- Nogueira (com os seus 2 metros e 12 centrímetros o gigante da Rebordosa arrasou várias carreiras de imberbes diletantes da bola)
- Djoincevic (saído dum filme do Kusturica, é irmão gémeo de Vlad Divac, poste dos L.A. Lakers; a cabeçada à Cais do Sodré era a sua grande especialidade)
- Figueiredo (antiga estrela da famosa equipa de infantis A do Vit.Setúbal, ofuscando nomes como Tobias Chinelo ou a promessa nunca concretizada do futebol sadino, Zé Carapau)
- Tanta (Jorge Valdano dedicou-lhe um poema: “Carreiras acabam, assobio para o lado.Corro feliz no relvado, tal veado num prado”)
- Nito (olho direito bem aberto como quem aguarda um ataque massivo a qualquer momento; olho esquerdo semicerrado dizendo ao oponente que é uma raposa velha; um leve esgar, quase sorriso, como que destemidamente desafiando o adversário a enfrentá-lo...Nito era o esplendor na relva, o cromo mais requisitado da Panini)
- Montalegre (tinha nome de aldeia portuguesa, cabelo como se viesse do Sri Lanka e era duro que nem um penedo)
- Heitor (o seu pontapé fulminante foi a inspiração do desenho animado Tsubasa)
- Matias (da sua escola ao bom estilo kamikaze nasceram jogadores pachorrentos como Ayala ou Materazzi)
- Milton Mendes (conseguia transformar um lançamento lateral junto à sua grande área num lance de perigo para o adversário, cobrando pontapés de baliza ganhava penalties)
- Chico Oliveira (discípulo de Spassov, ex-membro SWAT, batia em tudo o que mexia)
- Sérgio Cruz (este autêntico profissional na escola da sarrafada fez furor e causou ardor por onde passou)
- Marinho (famoso pela frase “Precisei de quinze anos até descobrir que não tinha talento para jogar à bola. Mas já não pude parar: tinha assinado pelo Sporting)
- Bandeirinha (poucos jovens tinham a coragem de desafiar o carismático carregador de piano numa marcação homem a homem)
- King (o famoso “Coice de Mula” que dava sinais de vida de 7 em 7 temporadas)
eheheh! Fantástico!