Entrelinhas, está tudo nas entrelinhas...

Ora bem, desde já passo a esclarecer as mentes menos atentas que nem tudo o que parece é. Lá porque se escrevem uns textos que até fazem algum sentido não quer dizer que tenha exactamente "aquele" significado ou que seja sobre ou dirigido a alguém.

Confesso que me deixo arrebatar sem resistir muito a isso. Gosto de acreditar. Há coisas e pessoas (poucas) que me deixam apaixonado pela sua alegria, forma de comunicar, significado ou simplesmente o olhar. Mas também acredito que temos que fazer por isso e fundamentalmente, que as relações tenham um sentido bidireccional, haja troca de sentimentos, favores, confissões, partilhas.

Tudo isto serve também para dizer que neste e noutros textos posso escrever sobre um velho, um irmão, um chefe, uma mulher, uma mistura de várias...posso referir-me a sensações e pessoas do passado, do presente ou mesmo do imaginário. É bom falar de alguém que nem sequer faz parte do nosso dia a dia, de uma personagem que não existe excepto dentro de nós, das suas qualidades e imperfeições. Cabe a quem lê distinguir, interpretar, reconhecer-me na escrita. O que é real? O que não é? Essa dúvida é quem acompanha o leitor. Mas qual era a graça se ela se dissipasse?

Será que estou a fazer sentido ou é um passo mais para ser Enxovalhado?