quinta-feira, junho 01, 2006

Mãe solteira

Ela é o fruto do que fomos no passado mas já não somos. Sofia. É linda e é para ela que vivo.
Tem os teus olhos, mas o meu olhar. Tem os meus lábios, mas o teu beijar. Ela é o símbolo do amor que renegaste. Rejeitaste-a e eu... Eu acolhi-a como se de um tesouro se tratasse.
Ela é a vida que recusaste. Não a quiseste e eu tive dúvidas. Mas não poderia desfazer-me daquele pedaço de mim, de ti. Não a sentiste mexer como eu senti. Não viveste os encantos da geração de uma vida que cresce e floresce dentro de ti. Não estavas preparado e eu também não.
Os sorrisos de uma criança que representa mais que uma vida correspondem à história e união de vários encontros. Não a mereces porque nunca saberás amá-la. Nunca estarás presente. Saberei que é nossa e ela saberá que nasceu do amor que senti. Será filha do amor e do engano.
Soltou as primeiras palavras e deu os seus primeiros passos. Onde estavas? Tal como eu, ela não poderá contar contigo. Ela não terá o teu conforto. Apenas sorrisos, abraços e beijos que encerram uma obrigação de partilhar a sua vida.
Sofia. A menina dos meus olhos. O alvo de todas as minhas atenções. Pensei que não poderia amar mais do que te amei. Enganei-me. Amo-a com a força de mil trovões e protejo-a com a garra de mil leões. Amo-te através dela, porque nela está o que amei em ti.


No dia mundial da criança não queria deixar de prestar um pequeno tributo a todas as mães solteiras. E que nunca deixem de ser capazes de partilhar os sorrisos das suas crianças.

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