domingo, setembro 10, 2006

Neste mundo e no outro

Adoro-te. Porquê? Pela mesma razão que adoro o ar, porque preciso dele. Sim, preciso de ti.
Para quê? Para sonhar, para poder saciar o meu desejo.
Amo-te? Não sei, talvez. Mas não neste mundo, no outro. Naquele para onde me levas, naquele onde nada existe, apenas nós. Não existem regras nem te exijo nada, amo-te à minha maneira.
Onde sou eu, apenas eu. Sem roupas nem amarras.
Somos nós deitados sobre a areia. Somos nós oferecendo e recebendo prazer.

Tinha muita coisa para dizer-te, mas na verdade tudo se resume a palavras ocas, sem sentido ou significado. Posso apenas dizer que não aguento mais. Nem as birras que o teu orgulho te leva a fazer, nem continuar a engolir o meu orgulho, nem insistir em dar mais do que recebo, nem sequer querer ajudar-te e recusares a minha ajuda. Por isso, vou ajudar-me a mim mesmo. Vou viver a minha vida e excluir-te dela, por completo.

Vai custar muito. Muito mesmo. Mas estou esgotado e magoado com toda a tua insensibilidade e já não consigo compreender e aceitar que digas: «Sou fria, mesmo quando gosto das pessoas. Magoo quem gosto e não sei pedir desculpa.»

Recusas-te a aprender a deixar para trás determinados vícios. Recusas-te a aprender a pedir desculpa ou a dizer obrigada. Agora recuso-me a dizer-te que te adoro, mesmo com todos os defeitos que tens. Recuso-me a viver sob as tuas condições. Autorizo-me a voltar a assumir as minhas regras
e o meu destino. Autorizo-me a esquecer-te.

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