Reflexão patriótica
Eu não irei pendurar a bandeira nacional na janela da minha casa ou do meu carro nem irei associar-me a imbecis manifestações de patrioteiros a mando de um seleccionador brasileiro que se convenceu de que nos havia de transformar a todos em súbitos patriotas, à boleia da Selecção. E enjoo só de pensar que a cidadania patriótica vai dar pretexto e fornecer representação àquelas patéticas criaturas do jet-set nacional para se vestirem com as cores da bandeira e jurarem o seu amor incondicional pela Selecção e pela pátria.
Tal como aprendi a ver as coisas, o patriotismo não é pendurar bandeirinhas nacionais made in China quando se realizam Europeus ou Mundiais. Para mim, o patriotismo é pagar os impostos, ser útil à comunidade de alguma forma, servir o seu país quando se tem ocasião para tal e não se esperar nada em troca. E os heróis nacionais não são os jogadores da Selecção que nasceram com talento para jogar à bola e, por isso, têm a honra e o privilégio de representar Portugal num Mundial. Mais depressa vejo como heróis os amadores que se preparam anos a fio e às vezes às suas próprias custas, longes das multidões e do vedetismo, para representar Portugal nos Jogos Olímpicos.
Cada um é livre de definir a sua noção de pátria e de heróis nacionais. E esta é a minha.
Tal como aprendi a ver as coisas, o patriotismo não é pendurar bandeirinhas nacionais made in China quando se realizam Europeus ou Mundiais. Para mim, o patriotismo é pagar os impostos, ser útil à comunidade de alguma forma, servir o seu país quando se tem ocasião para tal e não se esperar nada em troca. E os heróis nacionais não são os jogadores da Selecção que nasceram com talento para jogar à bola e, por isso, têm a honra e o privilégio de representar Portugal num Mundial. Mais depressa vejo como heróis os amadores que se preparam anos a fio e às vezes às suas próprias custas, longes das multidões e do vedetismo, para representar Portugal nos Jogos Olímpicos.
Cada um é livre de definir a sua noção de pátria e de heróis nacionais. E esta é a minha.
Por estranho que pareça, concordo totalmente.
Também concordo.
E ainda mais quando o povo deixa de comprar, por exemplo, livros (a feira do livro está às moscas) por estarmos em contenção de despesas e porcausa da crise, mas chamam heróis a uma cambada de analfabrutos que ganham balúrdios a jogar à bola.
Ninguém pára para pensar. A bola dá a volta cabeça desta gente.
:(
Olá rokito!
Por meios alheios vim parar ao teu blog e que excelente comentário encontrei!
Estar longe do meu país não me fez (ainda) parár o cérebro. Ainda lembro a triste desilusão há 2 anos atrás quando reparei que ninguém sabia tão pouco o significado da bandeira que orgulhosamente empunhavam; apesar de também eu ter estado vidrada no ecrã a ver os jogos, porque a alegria das multidões é contagiosa!
As saudades de casa apertam a cada dia mas mais me fazem querer voltar ao meu país e lutar por uma melhor educação, do que comprar a tal bandeira 'made in china'! Obrigada pela excelente descrição de patriotismo. Quando toca aos impostos todos dizem: 'os outros não fazem, porque é que hei-de eu fazer'; mas no que respeita às bandeiras parece que a cantiga é outra...
Beijos e saudade
directamente do UK***
Sónia (Barreiro)